METODOLOGIA SUZUKI COM APLICAÇÃO NOS GEMs

*Introduçāo: vamos abordar uma moderna metodologia e algumas estratégias de
ensino adaptadas à realidade dos GEMs, combinando com a utilizaçāo de outros
métodos em utilizaçāo na CCB.
Obs. essa metodologia muda paradigmas e transforma professores medianos em
treinadores de grande capacidade pedagógica!

Conceitos: explorar a voz cantada do aluno, ‘audição’, revisões, atitude
positiva, cooperação entre aluno/pai/professor, desenvolvimento da sonoridade
através da técnica de arco, ‘totalização’ (integrando corpo, ouvido e mente),
prática coletiva, fazer musical, variações como forma de desenvolvimento de
habilidades e musicalidade.


Vamos explorar esse primeiro tópico!
Desde o início do trabalho, a voz cantada (e falada) do aluno é o primeiro
material sonoro disponível, e sempre será o mais importante! Como explorar:
experenciando as propriedades do som, solfejando figuras rítmicas com frases
(chocolate quente, trenzinho rápido, sábado mágico…), fazendo dinâmicas etc…


O conceito de ‘Audição’ significa ouvir ativamente. Um bebê ouve ativamente os
sons à sua volta, por isso aprende a falar fluentemente. Um aluno que aprende a
ouvir e perceber as nuances de um grande performer, terá mais facilidade para
imitar aquele tipo de som.


As Revisões ocupam 90% da abordagem de um professor Suzuki. É a ideia de
apresentar o novo a partir do velho. Por exemplo: antes de tocar um hino com 2
bemóis, o aluno tocará um hino já conhecido (que estaria em outro tom) nesse
novo tom.


A Atitude Positiva é um dos maiores segredos dos grandes mestres Suzuki! Não
existem rótulos em alunos. Todos os alunos são enxergados como um ser
humano com capacidade musical infinita, e o seu trabalho é fazer esse potencial
aflorar.

Quanto Melhor a reação do aluno aos seus estímulos como professor,
melhor a sua capacidade de transferir habilidade.


O Triângulo Suzuki é a combinação de esforços entre aluno, pai e professor. Se
alguém se ausentar, o processo enfraquece. Pai ou mãe assiste as aulas, anota as
orientações dos professores e treina em casa com o filho. Os mais puritanos
aprendem o instrumento antes do filho para depois ajudar a estudar com mais
segurança.


O desenvolvimento da sonoridade através do arco é prioritário. Na primeira aula
com corda solta o aluno já é orientado a buscar um som puro e com harmônicos.
Dr. Suzuki acreditava que o belo som vinha de alguém com boa alma.

Totalização é uma palavra inventada e significa: Tona – tom; lizaçāo – intonaçāo.
Ou seja, sonoridade e afinaçāo. Nāo basta colocar o dedo na nota certa, tem de
fazer o som brilhar com os harmônicos ressoando.


Prática Coletiva semanal envolve alunos do mesmo instrumento e nível técnico. O
professor explora habilidades de orquestra nos alunos. O Fazer Musical começa na primeira aula.

Não se trata apenas de tocar notas, uma após a outra, mas contextualizar musicalmente, frasear, etc.


O uso de Variações é uma estratégia para desenvolvimento de novas habilidades.
Partindo de algo que o aluno já toca, o professor cria variações que explorem o
novo conteúdo. Nesse estágio, não se utiliza partitura/leitura.


Vamos à aplicabilidade da metodologia nos nossos GEMs. Como seria?
Teríamos basicamente: dois formatos de aula semanais (individual/coletiva),
encontro semanal de pais, e encontrāo pedagógico semestral (alunos de vários
GEMs, professores e pais de alunos.

Formato de aulas: toda semana o aluno terá uma aula individual de 30 minutos
e outra, coletiva, de 45 minutos. Na aula individual o professor precisa ser muito
dinâmico e claro nas instruçōes, pois o tempo é curto. O protótipo da estrutura de
uma aula individual seria:


1° Momento – cumprimentar o aluno e o pai/mãe (percepção do estado emocional deles poder de foco do aluno), perguntar como foi a semana, o tempo de prática (regular ou irregular), frustrações, ouvir o aluno e direcionar o foco para a aula, verificar se o pai/māe está pronto para tomar notas da aula;


2° Momento – a aula em si começa com uma pergunta ‘você está pronto para aprender?’, em seguida começam os warm-ups e Tonalizaçōes (sempre com feedback do professor), depois acontecem as revisões do repertório já dominado pelo aluno, incluindo escalas e arpejos (tudo memorizado), em seguida o professor direciona a aula para o foco central da aula (nova habilidade/conceito), por fim a aula finaliza com algo mais suave, podendo ser a peça favorita do aluno ou algum jogo musical que dialoga com o que foi trabalhado na aula:


3° Momento – reforce as instruções para o pai/mãe, mas olhando também para o aluno (ele está te ouvindo?), todos ficam em pé, se cumprimentam e se despedem. O professor faz anotações da aula para bolar novas ideias para a aula seguinte. *


Na aula coletiva os momentos são exatamente os mesmos, porém o professor irá explorar também elementos relacionados à prática de grupo, tais como: tocar juntos mantendo o pulso, jogos musicais em grupo etc.

O mais bacana da aula coletiva é a referência que surge entre os alunos, por isso é tão importante nivelar a turma por IDADE e NÍVEL TÉCNICO. Por que isso? Simples, o aluno vai se sentir capaz de fazer algo que um semelhante consegue (se ele conseguiu, eu também consigo).

O encontro semanal com pais teria dois focos: Reunião de orientações para a prática diária com o filho/compartilhamento de experiências entre os pais, e aula coletiva de iniciaçāo ao instrumento. Um pai que opta pela metodologia Suzuki precisa ser capacitado como um treinador, e isso requer um curso.

O professor terá de fornecer o conhecimento necessário para auxiliar os pais a se tornarem
incentivadores e não cobradores. Aliás, a criança não pratica sozinha, mas acompanhada do pai/mãe. Por isso não é qualquer família que vai ter o privilégio de ter um músico precoce em casa. Os pais terão de fazer por onde.


O Encontrão Semestral é um evento pedagógico que causa grandes transformações. No Brasil recebe o nome de Retiro Suzuki, e nos EUA é conhecido como Suzuki Camp.

Esse evento dura um final de semana, com atividades durante o dia todo. Acontecem aulas individuais, coletivas, ensaio de grupos de alunos, recitais de professores, palestras e o concerto final de encerramento.

Aplicaçāo da metodologia (nāo o livro) nos GEMs.
*Passo-a-passo:

  1. Reuniāo com os irmāos e irmās com interesse em iniciar o filho no aprendizado
    de um instrumento musical – nessa reuniāo o professor deverá expor a funçāo dos
    país durante todo o processo de aprendizado. Por exemplo, terāo de estudar com
    o filho todos os dias.
  2. Os pais deverāo providenciar o instrumento e os demais materiais solicitados
    pelo professor e combinar o dia e horário da aula individual, e se ajustar para a
    aula coletiva.
  3. As primeiras instruçōes dadas ao aluno sāo referentes ao foco, poder de
    concentraçāo e postura do aluno. Nāo existe livro didático por enquanto.
  4. As próximas instruçōes sāo musculares, mas calcadas na percepçāo auditiva. O
    professor se utiliza de analogias e jogos para ensinar movimentos básicos para a
    produçāo do som e frases simples para introduzir células rítmicas. Por exemplo, o
    famoso Chocolate Quen-te.
  5. Uma observaçāo! O professor esmiuça cada habilidade em partes muito
    pequenas, e isso possibilita que aluno sempre obtenha sucesso durante o

processo e receba elogios sinceros (quem engana uma criança com falsos
comentários?)

  1. Após conseguir tocar um tetracorde maior nas cordas RÉ e LÁ, combinando
    com até dez diferentes células rítmicas o aluno estará apto a TOCAR HINOS!
    Alguns alunos levam apenas 2 MESES para isso!
  2. Hinos recomendados para iniciar (pequenos trechos na verdade): 437, 441, 444,
    447, 450, 454, 456, 458, 459, 461, 464, 466, 468, 472. Detalhe importante: module
    tudo para RÉ maior!
  3. Junto aos trechos escolhidos dos hinos acima, o professor poderá incluir ainda:
    melodias folclóricas, temas clássicos e composiçōes pedagógicas.
  4. Para obter sucesso, o professor terá de ter clareza da Linha de Conhecimento e
    Habilidades que o aluno terá de percorrer. Por exemplo: formas de māo (qual é a
    ordem?), desenvolvimento de escalas, golpes de arco etc. Esse tipo de
    conhecimento exige muita capacitaçāo e pesquisa pessoal.
  5. Antes do aluno utilizar um método eu exijo que ele toque 20 hinos no soprano
    e mais outra voz. No caso do cello, eu peço o baixo.
  6. O aluno inicia entāo o trabalho com o método como qualquer outro aluno,
    porém com uma bagagem riquíssima: bela postura, empunhadura funcional,
    percepçāo da afinaçāo, som polido, prática de conjunto etc.
  7. O trabalho sem método (sem leitura) continua. E o professor irá desenvolver
    outras formas de māo para possibilitar o domínio de mais escalas. Desse modo o
    aluno irá tocar os mesmos 20 hinos (ou outras melodias) em tons diferentes. Por
    exemplo, o aluno consegue tocar o 441 em todas as tonalidade!
  8. O trabalho de MTS começaria quando o aluno fosse alfabetizado. No caso de
    alunos nāo-alfabetizados se aplicariam jogos musicais para desenvolvimento da
    leitura melódica/rítmica, percepçāo, sinais musicais, conceitos e solfejo em grupo.
  9. Por fim, quando o aluno começa a ler os Hinos (nas 4 vozes) no próprio
    hinário, a facilidade é tanta que qualquer um vai jurar que é Dom!

Download do Método Clique no Ícone abaixo.

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