O que a Bíblia diz sobre o aborto?
Pergunta: “O que a Bíblia diz sobre o aborto?”
Resposta: A Bíblia nunca trata especificamente sobre a questão do aborto.
No entanto, há inúmeros ensinamentos nas Escrituras que deixam muitíssimo clara qual é
a visão de Deus sobre o aborto. Jeremias 1:5 nos diz que Deus nos conhece antes de nos formar no útero. Êxodo 21:22-25 dá a mesma pena a alguém que comete um homicídio
e para quem causa a morte de um bebê no útero.
Isto indica claramente que Deus considera um bebê no útero como um ser humano tanto quanto um adulto.
Para o cristão, o aborto não é uma questão sobre a qual a mulher tem o direito de escolher. É uma questão de vida ou morte de um ser humano feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27; 9:6).
O primeiro argumento que sempre surge contra a opinião cristã sobre o aborto é: “E no caso de estupro e/ou incesto?”. Por mais horrível que fosse ficar grávida como resultado de um estupro e/ou incesto, isto torna o assassinato de um bebê a resposta? Dois erros não fazem um acerto.
A criança resultante de estupro/incesto pode ser dada para adoção por uma família amável incapaz de ter filhos por conta própria – ou a criança pode ser criada pela mãe. Mais uma vez, o bebê não deve ser punido pelos atos malignos do seu pai.
O segundo argumento que surge contra a opinião cristã sobre o aborto é: “E quando a vida da mãe está em risco?”. Honestamente, esta é a pergunta mais difícil de
ser respondida quanto ao aborto.
Primeiro, vamos lembrar que esta situação é a razão por trás de menos de um décimo dos abortos realizados hoje em dia. Muito mais mulheres realizam um aborto porque elas não querem “arruinar o seu corpo” do que aquelas que realizam um aborto para salvar as suas próprias vidas.
Segundo, devemos lembrar que Deus é um Deus de milagres. Ele pode preservar as vidas de uma mãe e da sua criança, apesar de todos os indícios médicos contra isso. Porém, no fim das contas, esta questão só pode ser resolvida entre o marido, a mulher e Deus. Qualquer casal encarando esta situação extremamente difícil deve orar ao Senhor
pedindo sabedoria (Tiago 1:5) para saber o que Ele quer que eles façam.
94% dos abortos realizados hoje em dia são por razões diferentes da vida da mãe estar em risco.
A vasta maioria das situações pode ser qualificada como “Uma mulher e/ou seu parceiro decidindo que não querem o bebê que eles conceberam”.
Isto é um terrível mal. Mesmo nos outros 6%, onde há situações mais difíceis, o aborto jamais deve ser a primeira opção.
A vida de um ser humano no útero é digna de todo o esforço necessário para permitir um processo de concepção completo.
Para aquelas que fizeram um aborto – o pecado do aborto não é menos perdoável do que qualquer outro pecado.
Através da fé em Cristo, todos e quaisquer pecados podem ser perdoados (João 3:16; Romanos 8:1; Colossenses 1:14).
Uma mulher que fez um aborto, ou um homem que encorajou um aborto, ou mesmo um médico que realizou um – todos podem ser perdoados pela fé em Cristo.
– Há justificativa para o aborto?
Em primeiro lugar devemos partir do princípio bíblico “não matarás” de (Ex. 21:13). Se lidarmos com um embrião considerando que não é plenamente humano, o que é
então? É subumano? Pode ser tratado como um apêndice, uma extensão descartável do corpo da mãe? A resposta é não! Um nenê não nascido é uma obra de Deus que aumenta
enquanto se desenvolve…
Há justificativa para o aborto?
Objetivo : Apresentar a posição bíblica sobre o aborto
Texto Base : Êxodo 21:13
Textos de Apoio: Salmos 139:13-15
Há Justificativa Para o Aborto?
Em primeiro lugar devemos partir do princípio bíblico “não matarás” de (Ex. 21:13).
Se lidarmos com um embrião considerando que não é plenamente humano, o que é então? É subumano? Pode ser tratado como um apêndice, uma extensão descartável do corpo da mãe? A resposta é não! Um nenê não nascido é uma obra de Deus que aumenta
enquanto se desenvolve.
O Salmista escreveu: “Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe…os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito e entretecido como nas profundezas da terra” (Salmo 139:13-15).
O embrião é potencialmente um ser humano e um apêndice é uma parte distinta. Temos o exemplo de João Batista em (Lucas 1:39-41) “E, naqueles dias, levantando-se
Maria, foi apressadamente às montanhas, a uma cidade de Judá… ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito
Santo”. O bebê de Isabel embora não tivesse nascido, ficou profeticamente consciente da presença do Messias ainda por nascer. O resultado proveniente dessa saudação
não foi comum. O que fora predito sobre o estado santo do menino, que estaria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. Veja (Lucas 1:15). Podemos ver outros
exemplos. Jeremias foi escolhido por Deus para seu ministério profético ainda antes de nascer. (Jr 1:5). O mesmo aconteceu com o apóstolo Paulo (Gl 1:15).
Deus é autor e controlador da vida, e querer matar uma vida embrionária que é preciosa para Deus é crime.
O QUE DIZER DO ABORTO POR RAZÕES EUGÊNICAS, OU POR ESTUPRO?
A primeira consideração a ser feita, é a mais básica. Nenhum abortoé justificável. Ainda que a Constituição dê plena cobertura considerando como algo legal. Temos
que ter em mente que a nossa dependência é das Escrituras Sagradas, pois nem tudo o que é legal é moral.
Tem o homem direito de ser juiz de uma vida informe, criada segundo a imagem de Deus?
Tem o homem direito de ser o consumador de uma vida que não veio ao mundo, e que nenhum ato praticou?
Temos consciência de que todos os males na experiência humana vêm em decorrência do pecado, um erro não justifica outro. Se alguém por infelicidade foi estuprada,
sofreu um grande mal, não podemos reparar um erro praticando outro.
Aqueles no meio evangélico que dão alguma justificativa no caso de eugenia , estupro, etc., reivindicam com base em Ex. 21:22 dizendo que o feto, de acordo com
o texto, não era considerado indivíduo. O texto diz: “Se alguns homens pelejarem, e ferir uma mulher grávida, e forem causa de que aborte,…”. ou melhor, seu fruto
venha para fora (vivo e não morto). Neste caso era cobrada apenas uma multa. Caso o bebê morresse, aplicava-se a Lex Taliones, a Lei de Retaliação.
A destruição de uma criança não nascida era considerada pelos hebreus como um exemplo da mais bárbara crueldade que exigia o julgamento de Deus (2 Reis 15:16).
Portanto, não há justificativa para matar um ser humano ainda que de forma embrionária. Aborto é uma maneira de praticar homicídio.
Fonte: http://www.ibrpc.hpg.ig.com.br/estudos/aborto.htm
Pr. Emidio Viana
O que a Bíblia ensina acerca do aborto?
No Antigo Testamento, a Bíblia se utiliza das mesmas palavras hebraicas para descrever os ainda não nascidos, os bebês e as crianças. No Novo Testamento, o grego
se utiliza, também, das mesmas palavras para descrever crianças ainda não nascidas, os bebês e as crianças, o que indica uma continuidade desde a concepção à fase
de criança, e daí até a idade adulta.
A palavra grega brephos é empregada com freqüência para os recém-nascidos, para os bebês e para as crianças mais velhas (Lucas 2.12,16; 18.15; 1 Pedro 2.2). Em
Atos 7.19, por exemplo, brephos refere-se às crianças mortas por ordem de Faraó. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a João Batista, enquanto
ainda não havia nascido, estando no ventre de sua mãe.
Aos olhos de Deus ele era indistinguível com relação a outras crianças. O escritor bíblico também nos informa que João Batista foi cheio do Espírito Santo enquanto
ainda se encontrava no ventre materno, indicando, com isso, o inconfundível ser (Lucas 1.15). Mesmo três meses antes de nascer, João conseguia fazer um miraculoso
reconhecimento de Jesus, já presente no ventre de Maria (Lucas 1.44).
Com base nisso, encontramos a palavra grega huios significando “filho”, utilizada em Lucas 1.36, descrevendo a existência de João Batista no ventre materno, antes
de seu nascimento (seis meses antes, para ser preciso).
A palavra hebraica yeled é usada normalmente para se referir a filhos (ou seja, uma criança, um menino etc.). Mas, em Êxodo 21.22, é utilizada para se referir a
um filho no ventre. Em Gênesis 25.22 a palavra yeladim (filhos) é usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto ainda no ventre materno.
Em Jó 3.3, Jó usa a palavra geber para descrever sua concepção: “Foi concebido um homem! [literalmente, foi concebida uma criança homem]”. Mas a palavra geber é
um substantivo hebraico normalmente utilizado para traduzir a idéia de um “homem”, um “macho” ou ainda um “marido”. Em Jó 3.11-16, Jó equipara a criança ainda não
nascida (“crianças que nunca viram a luz”) com reis, conselheiros e príncipes.
Todos esses textos bíblicos e muitos outros indicam que Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou em delinear estágios do ser – ou seja, entre
uma criança ainda não nascida no ventre materno em qualquer que seja o estágio e um recém-nascido ou uma criança. As Escrituras pressupõem reiteradamente a continuidade
de uma pessoa, desde a concepção até o ser adulto. Aliás, não há qualquer palavra especial utilizada exclusivamente para descrever o ainda não nascido que permita
distingui-lo de um recém-nascido, no tocante a ser e com referência a seu valor pessoal.
E ainda, o próprio Deus se relaciona com pessoas ainda não nascidas. No Salmo 139.16, o salmista diz com referência a Deus: “Os teus olhos me viram a substância
ainda informe”. O autor se utiliza da palavra golem, traduzida como “substância”, para descrever-se a si mesmo enquanto ainda no ventre materno. Ele se utiliza
desse termo para se referir ao cuidado pessoal de Deus por ele mesmo durante a primeira parte de seu estado embrionário (desde a nidação até as primeiras semanas
de vida), o estado antes do feto estar fisicamente “formado” numa miniatura de ser humano. Sabemos hoje que o embrião é “informe” durante apenas quatro ou cinco
semanas. Em outras palavras, mesmo na fase de gestação da “substância ainda informe” (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a criança e a está moldando
(Salmo 139.13-16).
Outros textos da Bíblia também indicam que Deus se relaciona com o feto como pessoa. Jó 31.15 diz: “Aquele que me formou no ventre materno, não os fez também a
eles? Ou não é o mesmo que nos formou na madre?”
Em Jó 10.8,11 lemos: “As tuas mãos me plasmaram e me aperfeiçoaram… De pele e carne me vestiste e de ossos e tendões me entreteceste”.
O Salmo 78.5-6 revela o cuidado de Deus com os “filhos que ainda hão de nascer”.
O Salmo 139.13-16 afirma: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me
formaste… Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância
ainda informe”.
Esses textos bíblicos revelam os pronomes pessoais que são utilizados para descrever o relacionamento entre Deus e os que estão no ventre materno.
Esses versículos e outros (Jeremias 1.5; Gálatas 1.15, 16; Isaías 49.1,5) demonstram que Deus enxerga os que ainda não nasceram e se encontram no ventre materno
como pessoas. Não há outra conclusão possível. Precisamos concordar com o teólogo John Frame: “Não há nada nas Escrituras que possa sugerir, ainda que remotamente,
que uma criança ainda não nascida seja qualquer coisa menos que uma pessoa humana, a partir do momento da concepção”.[1]
À luz do acima exposto, precisamos concluir que esses textos das Escrituras demonstram que a vida humana pertence a Deus, e não a nós, e que, por isso, proíbem
o aborto. A Bíblia ensina que, em última análise, as pessoas pertencem a Deus porque todos os homens foram criados por Ele.
E se você já fez um aborto?
Você já fez um aborto? Onde quer que se encontre, queremos que você saiba que o perdão genuíno e a paz interior são possíveis, e que uma verdadeira libertação do
passado pode ser experimentada.
Deus é um Deus perdoador:
“Porém tu [és]… Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em bondade” (Neemias 9.17b).
“Pois tu, SENHOR, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam” (Salmo 86.5).
Aliás, Deus não apenas perdoa, Ele, de fato, “esquece”:
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43.25).
Você poderá encontrar perdão agora mesmo simplesmente colocando sua confiança em Jesus Cristo. Você pode confiar nEle, virando as costas para os caminhos que você
tem seguido, reconhecendo e confessando seus pecados a Ele, e voltando-se para Cristo com a confiança de que através do Seu poder, Ele haverá de lhe conceder perdão
e uma nova vida. Se você deseja ter seus pecados perdoados, se deseja estar livre da culpa, se quer ter nova vida em Cristo, se quer conhecer a Deus, e se você
sabe que é amada por Ele, sugerimos a seguinte oração:
Querido Deus, eu confesso o meu pecado. Meu aborto foi coisa errada e eu agora venho à Tua presença em busca de perdão e de purificação. Peço que não apenas me
perdoes esse pecado, mas que me perdoes todos os pecados de minha vida. Eu aceito que Jesus Cristo é Deus, que Ele morreu na cruz para pagar a penalidade pelos
meus pecados, que ressuscitou ao terceiro dia, e que está vivo hoje. Eu O recebo agora como meu Senhor e Salvador. Eu agora aceito o perdão que Tu providenciaste
gratuitamente na cruz e que me prometeste na Bíblia. Torna o teu perdão real para mim. Eu peço isso em nome de Jesus. Amém.
(John Ankerberg e John Weldon – http://www.chamada.com.br)
Tornar-se um cristão inclui um compromisso sério. Passe a freqüentar uma igreja onde Cristo é honrado e escreva-nos se desejar maiores esclarecimentos.
Notas
1.Paul Fowler, Abortion: Toward an Evangelical Consensus (Portland, OR: Multnomah Press, 1987), p. 147.
Extraído do livro Os Fatos Sobre o Aborto
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– Aborto: Uma Perspectiva Bíblica
No Brasil, como em muitos outros países, a palavra “aborto” provoca fortes reações e gera discussão acalorada. Legisladores e juízes convocam testemunhas “peritas”
(médicos, psicólogos, teólogos, etc.) para influenciar a política pública. Casos extremos, tais como a gravidez de jovens vítimas de estupro, são usados para injetar
um alto nível de simpatia emocional nas discussões.
Mas esta não é uma mera questão emocional ou legal. Não podemos confiar nas autoridades do governo para decidir o que é certo e o que é errado em questões que envolvem
a vontade de Deus. Governos humanos estão longe de serem perfeitos, e freqüentemente permitem coisas que Deus proíbe. Precisamos seguir o exemplo de Pedro e dos
outros apóstolos: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
Como deve ver o aborto uma pessoa que respeita a Deus e quer obedecê-lo? Será o aborto uma opção aceitável para resolver os problemas de gravidez indesejada? Será
que os princípios bíblicos defendem o direito de uma mulher escolher o aborto?
Deus faz uma distinção
Desde a Criação, Deus fez uma distinção entre as diferentes formas de vida. Ele criou as plantas e os animais, e depois criou o homem. Este era claramente distinto
das outras formas de vida pelo menos de duas maneiras: Œ o homem foi feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26-27), e o homem foi colocado acima de todas as outras
formas de vida que Deus tinha criado na terra (Gênesis 1:28-30). Isso incluiu o direito do homem matar e comer plantas e animais (Gênesis 1:29-30; 9:2-3). Observe
que o homem mata com permissão. Podemos matar uma bananeira, um frango ou uma vaca porque Deus nos deu permissão para matá-los.
Deus não nos deu permissão para matar seres humanos. Enquanto ele usa governos humanos para punir os malfeitores, especialmente os assassinos (Romanos 13:1-7; Gênesis
9:6), ele nunca deu para nós o direito de matar seres humanos inocentes.
Para defender biblicamente o ato de uma mulher e seu médico de tirar a vida de uma criança ainda não nascida, a pessoa teria que provar que ela é uma planta ou
um animal, e não uma vida humana. Todas as espécies criadas se reproduzem segundo sua espécie (Gênesis 1:11-12,21,25,28). Sementes de maçã produzem macieiras. Cães
produzem cães. Humanos produzem humanos. É impossível colocar um humano não nascido em alguma das categorias de vida que Deus nos permitiu matar. É nos permitido
matar porcos inocentes, porém não humanos inocentes.
Debates sobre o aborto freqüentemente agitam esta questão, e as águas estão turvas pelos argumentos filosóficos e médicos. Alguns sugerem que a vida começa quando
o feto é “viável” ou capaz de sobreviver fora do útero. Mas uma tal definição é artificial e está constantemente se alterando. Mesmo depois do nascimento, um recém-nascido
é totalmente dependente da proteção e do cuidado de outros. Outras pessoas sugerem que a vida começa com a primeira respiração. É verdade que a vida de Adão começou
deste modo (Gênesis 2:7) e que os corpos ressuscitados foram considerados vivos quando o espírito respirou sobre eles e eles se levantaram (Ezequiel 37:8-10; Apocalipse
11:11). Mas esses fatos não provam que uma criança ainda não nascida (Adão nunca foi um feto) não esteja viva, ou que Deus não reconhece o seu valor.1 Não podemos
usar o caso excepcional da criação de Adão para justificar a matança de seus inocentes descendentes!
Aqueles que buscam indicações bíblicas para o começo da vida deverão considerar também o princípio em Gênesis 9:4 de que a vida está no sangue. Ao tempo em que
a maioria das mulheres conseguem confirmar que estão grávidas, o sangue já está circulando no corpo do filho ainda não nascido. Deus não autoriza a mãe nem a ninguém
a derramar o sangue dessa criança inocente.
É interessante observar o modo como são descritas na Bíblia as crianças em gestação. Dois fatos notáveis se tornam evidentes: Œ A linguagem usada para descrever
a criança não nascida é a mesma usada para descrever a criança humana já nascida (veja Gênesis 25:21-22; Jó 3:3; Lucas 1:36 ,41,44,57; 2:7,12; Atos 7:29; etc.).
Tentativas modernas de desumanizar as crianças em gestação referindo-se a elas como meras massas de tecidos ou fetos impessoais não são baseadas em princípios bíblicos.
Deus reconheceu a importância das crianças desde antes de nascer. Ele freqüentemente falou sobre pessoas que foram escolhidas, mesmo antes do nascimento, para
papéis especiais no serviços dele (Salmo 139:13-16; Isaías 49:1, 5; Jeremias 1:5; Gálatas 1:15).
Não há apoio bíblico para a idéia de que a vida de uma criança noútero possa ser destruída como se fosse nada mais do que um animal ou planta.
A vasta maioria dos abortos é feita por motivos inegavelmente egoístas. O grito de guerra dos que são favoráveis ao aborto reflete claramente uma devoção idólatra
ao suposto direito da mulher de “livre escolha”. É o corpo dela, eles insistem, assim ela teria direito de decidir abortar ou não. Este não é o lema de preocupação
amorosa e desprendida pelos outros (a criança não tem escolha!). É a divisa das pessoas egoístas que colocam sua liberdade sexual, progresso na carreira, segurança
financeira ou sua própria saúde acima do bem-estar da criança que está no útero. Uma vez que ela concebeu, seus interesses egoístas devem dar lugar ao amor materno.
Ela deve buscar o que é melhor para seu filho, e não para si. A mulher que mata seu filho demonstra egoísmo e uma falta de afeição natural, sinais claros de inimizade
com Deus (2 Timóteo 3:2-5). A mulher que ama a Deus também amará seus filhos (Tito 2:4).
Durante décadas, os defensores do aborto têm usado casos emocionais para abrir as comportas e permitir o aborto ilimitado. O caso jurídico mais famoso até hoje2
foi baseado no testemunho de uma mulher que mais tarde admitiu que tinha mentido sob juramento, dizendo que tinha concebido como resultado de estupro. O fato foi
que ela havia cometido fornicação e então queria matar o filho que tinha concebido.
Mas, ocasionalmente, há um caso real de uma vítima de estupro ou incesto que procura abortar. A pesquisa tem documentado que todos esses casos extremos (estupro,
incesto, risco à vida da mãe, defeitos natos sérios) respondem por uma pequena porcentagem (provavelmente menos de 2%) de todos os abortos.3 Estupro e incesto são
errados e os criminosos deverão ser punidos. Mas antes de nos atirarmos a uma conclusão emocional que justifique a matança de crianças antes do nascimento, considere
como tais justificações são ilógicas e contra a ética. Suponhamos que alguém que você nem conhece invada sua casa e roube seu aparelho de televisão. Você teria,
então, o direito de invadir a propriedade de seu vizinho e roubar o carro dele? Claro que não! A pessoa que roubou seu televisor cometeu crime contra você. Isto
não lhe dá o direito de prejudicar seu vizinho inocente. Estupradores cometem um crime terrível contra mulheres e meninas inocentes. Isto, contudo, não justifica
a matança de crianças inocentes.
Crianças mortas não são as únicas vítimas de aborto. Aqueles que tomam e executam a decisão de tirar vida inocente (mães, amigos e membros da família, namorados,
médicos, etc.) sofrem muito tempo depois que o ato é praticado. Primeiro, têm que enfrentar o sofrimento espiritual de saber, apesar de todas as racionalizações
e justificações, que o que fizeram era errado. Somente o arrependimento genuíno e submissão a Deus pode curar o dano espiritual feito em um aborto. Segundo, o aborto
quase sempre causa problemas emocionais duradouros na vida daqueles que se envolveram, especialmente a mãe que nunca esquece da criança que ela resolveu matar.
A pesquisa tem mostrado que os abortos freqüentemente causam problemas psicológicos severos, tanto imediatos como duradouros.4
O perdão é possível?
O trauma após o aborto é freqüentemente tão severo que a mulher ou seus cúmplices sentem-se imperdoáveis. É óbvio que não podemos desfazer os erros do passado.
Mas o remorso que sentimos pelos pecados passados não precisa destruir o futuro. Não podemos ignorar o que fizemos ou simplesmente esquecê-lo. Precisamos voltar-nos
para Deus e resolver o problema com seu auxílio: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza
do mundo produz morte” (2 Coríntios 7:10). Deus quer perdoar. Precisamos querer voltar humildemente para ele para receber perdão de acordo com os termos que ele
determinou. Nosso alívio pode ser encontrado no mesmo lugar em que Paulo encontrou perdão depois de levar inocentes cristãos à morte: “Desventurado homem que sou!
Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:24-25).
1 Êxodo 21:22-23 é algumas vezes citado como “prova” bíblica de que o nascituro não é vida. A palavra algumas vezes traduzida aqui como “aborte” significa literalmente
“sair” e poderá incluir um aborto acidental (fracasso) ou nascimento prematuro. Mesmo que pudesse ser provado que o versículo se refere a aborto acidental, isto
provaria apenas uma diferença em valor “econômico” de pessoas diferentes. O Velho Testamento reconheceu uma diferença em valor monetário de vários seres humanos
(por exemplo, pessoas livres valiam mais do que os servos), mas isto não nega seu valor intrínseco como seres humanos (veja Êxodo 21:28-32).
2 Caso jurídico Roe X Wade, no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, 1973. Esse caso efetivamente legalizou abortos nos E.U.A. De 1973 a 1998, houve mais de 35 milhões
de abortos “legais” nos E.U.A.
3 Diane Dew, “Choice has a Name”, The Milwaukee Journal, 21/2/1992.
4 Relatórios de pesquisa feita pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos e pelo Instituto Alan Guttmacher, publicados no The Standard, 1992, sugerem que
tanto quanto 91% das mulheres sofrem problemas psicológicos sérios depois de fazerem abortos. Outro estudo de 70 mulheres em Milwaukee, Wisconsin, EUA mostrou que
82% sofreram problemas psicológicos por causa de abortos (Liebman & Zimmer, The Psychological Aspects of Abortion).
por Dennis Allan